Pesquisadores descobrem que as proteínas presentes no glúten podem ter efeitos extremamente nocivos, gerando até mesmo inflamação no cérebro

O glúten está presente em grande parte dos alimentos consumidos mundialmente.
No entanto, pesquisas recentes revelam que essa substância pode representar um perigo oculto, não apenas para os celíacos, mas também para os não celíacos.
Foi descoberto que o glúten pode desencadear inflamações na área do hipotálamo.
Ou seja, os efeitos potencialmente prejudiciais dessa proteína atingem um espectro muito mais amplo de pessoas do que o imaginado.
O que é o glúten?
O glúten é uma proteína complexa composta por duas subunidades, a gliadina e a glutenina, encontradas principalmente nos grãos de trigo, cevada e centeio.
Ele está presente em tantos alimentos por desempenhar um papel vital na formação da estrutura de pães, bolos e massas.
Sensibilidades ao glúten
Existem diversos distúrbios relacionados ao consumo de glúten, veja:
Doença celíaca: doença autoimune na qual o sistema imunológico ataca o revestimento do intestino delgado em resposta à ingestão de glúten, levando a uma variedade de sintomas gastrointestinais, como dor abdominal, diarreia, constipação, fadiga e erupções cutâneas.
Sensibilidade ao glúten não celíaca: condição em que as pessoas experimentam sintomas semelhantes aos da doença celíaca após consumir glúten, mas não têm os marcadores biológicos característicos da doença celíaca ou alergia ao trigo.
Alergia ao trigo: é a reação alérgica ao consumo de trigo, que contém glúten, e pode causar uma variedade de sintomas, como urticária, inchaço, coceira, problemas respiratórios e, em casos graves, anafilaxia.
Sensibilidade ao glúten associada a outras condições: algumas pessoas com condições médicas, como síndrome do intestino irritável e artrite reumatoide, relatam melhora dos sintomas quando reduzem a ingestão de glúten, mesmo que não tenham doença celíaca ou alergia ao trigo.
Efeitos do glúten no cérebro
Em uma pesquisa recente, cientistas aprofundaram-se na análise sobre os efeitos adversos do glúten na região do hipotálamo do cérebro.
O estudo concentrou sua atenção nas semelhanças entre o glúten e uma típica dieta ocidental, caracterizada pela abundância de ácidos graxos saturados de cadeia longa e açúcares.
Essas dietas estão associadas à insensibilidade central à insulina e a um estado de inflamação sistêmica e central de baixa intensidade, fatores que aumentam o risco de desenvolvimento de doenças metabólicas.
A pesquisa focou-se em camundongos machos, que compartilham com os humanos a capacidade de discriminar alimentos.
A questão-chave era se uma dieta padrão com baixo teor de gordura, enriquecida com 4,5% de glúten, ou uma dieta rica em gordura, enriquecida com a mesma quantidade de glúten (equivalente ao consumo médio diário humano), afetaria o peso corporal, marcadores metabólicos e inflamação sistêmica e central dos camundongos em comparação com aqueles alimentados com a dieta com baixo teor de gordura, naturalmente livre de glúten.
Os resultados revelaram que o glúten, quando incorporado à dieta rica em gordura, levou a um aumento no peso corporal, embora não tenha impactado a ingestão calórica ou o gasto energético, nem quando adicionado à dieta com baixo teor de gordura.
De forma notável, a adição de glúten tanto à dieta com baixo teor de gordura quanto à dieta rica em gordura resultou em um aumento acentuado nos marcadores de inflamação do cérebro.
Essas descobertas fornecem informações valiosas sobre como o glúten pode impactar a saúde metabólica e evidenciam a necessidade de pesquisas adicionais para uma compreensão completa dos efeitos dessa substância no corpo humano.
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