Você sabia que a produção de cimento é responsável por 8% das emissões de carbono? Isso equivale ao triplo das emissões do setor de aviação
Depois da água, o concreto é o material mais amplamente utilizado no mundo, ele é composto por uma mistura de água, areia, cascalho e cimento.
De acordo com estimativas, há mais massa total de concreto do que de todas as árvores e arbustos no mundo.
No entanto, a produção em larga escala resulta na emissão de uma quantidade significativa de CO₂, como destacado em um artigo do The Washington Post.
O motivo é o cimento, que atua como a “cola” química que mantém todos os componentes do concreto unidos.
“O concreto é o bolo e o cimento é a farinha”, explica Randolph Kirchain, co-diretor do MIT Concrete Sustainability Hub.
Embora o material represente apenas 10% da massa total do concreto, ele é responsável pela maior parte das emissões de carbono, provenientes dos grandes fornos industriais.
Além disso, considerando também as grandes quantidades de carvão ou gás natural utilizadas para aquecer esses fornos, a indústria do cimento gera 8% das emissões globais de carbono, três vezes mais do que o setor de aviação.
A produção de uma tonelada de cimento resulta na emissão de uma tonelada de CO₂.
Uma das soluções possíveis para reduzir a pegada de carbono é simplesmente produzir concreto com menor quantidade de cimento.
Hessam AzariJafari, vice-diretor do MIT Concrete Sustainability Hub, sugere que os produtores podem substituir o calcário, que é a matéria-prima mais comum na produção de cimento, por cinzas volantes, um produto da queima do carvão, ou resíduos da produção de aço.
Além disso, algumas startups estão explorando abordagens completamente novas.
A Brimstone, uma startup da Califórnia, está desenvolvendo uma receita que utiliza silicato de cálcio, cuja reação química resultante não libera dióxido de carbono e pode ocorrer em temperaturas mais baixas.
Outras empresas, como a CarbonCure do Canadá, estão trabalhando em tecnologias para injetar e armazenar CO₂ diretamente no concreto.
No entanto, o progresso é lento, e a mudança dos ingredientes na indústria da construção enfrenta desafios em termos de engenharia, regulamentação e segurança, já que os padrões atuais são estabelecidos por razões válidas. “Muitos desses aspectos são críticos para a segurança”, ressalta Kirchain.
No entanto, para limpar uma das indústrias mais poluentes do mundo, algumas das regras terão que ser revistas.
Kirchain acredita que é possível reduzir significativamente as emissões de carbono e garantir a segurança ao mesmo tempo, e isso será fundamental para a próxima transição “As estruturas construídas com concreto são destinadas a durar”, enfatiza ele.
Fonte: Um Só Planeta
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