No primeiro pedido no Olivia Saladas, o cliente recebe sua refeição em um recipiente de alumínio, que será devolvido nos próximos pedidos.
“Acreditamos que a transformação nasce de pequenas atitudes e que podemos inspirar mudanças de comportamento por um mundo mais consciente”. Essa é a premissa de trabalho descrita no site do restaurante Olivia Saladas, que teve sua primeira unidade aberta em novembro de 2016, no Rio de Janeiro, e hoje já conta com uma segunda unidade no Rio e a outra em São Paulo.
O empreendimento foi idealizado pela carioca Eva Schvartz, de 40 anos, ao lado de Daniel Oelsner. De volta ao Brasil depois de morar nos Estados Unidos, Eva sentiu falta de opções de restaurantes que servissem saladas personalizadas e decidiu ela mesma preencher essa lacuna de mercado aqui no país — mas resolveu que seu negócio se diferenciaria pelas práticas sustentáveis.
O restaurante tem total atenção à geração de resíduos. A principal ação que compõe esse mindset é a embalagem retornável, que tem um custo extra para o cliente de R$ 10 no primeiro pedido (o valor do recipiente deve passar por um reajuste em breve). “Na primeira compra, o cliente recebe uma embalagem de alumínio dentro de uma sacola que também é retornável. No segundo pedido, ele indica que já tem a embalagem em casa e que irá devolver”, explica a empreendedora. De volta ao estabelecimento, o item é higienizado para ser usado mais vezes, sem gerar lixo no processo. Segundo Eva, existe uma taxa de recompra de 70% no estabelecimento pelo iFood.
Para evitar completamente o uso de descartáveis em todo o processo, o restaurante também tem talheres retornáveis, e ainda envia para compostagem todo o lixo orgânico gerado. “Nos preocupamos todo tempo com a gestão de resíduos. A sociedade não pode mais não pensar e comer de forma sustentável”.
O Olivia Saladas conquistou o certificado de Empresa B, que identifica corporações com impactos positivos na sociedade. E isso é demonstrado de diversas formas, diz Eva. “Temos muitas práticas sociais e ambientais. Usamos alimentos orgânicos de produtores locais e contratamos uma fazenda de energia solar. Também nos esforçamos para contratar minorias. Nossa equipe é majoritariamente feminina, e já tivemos processo de inclusão de pessoas transgêneros”.
Os proprietários estão estudando um modelo de negócio que permita transmitir o know-how e expandir esse programa para outros restaurantes, abrindo espaço para que essa iniciativa de diminuição da geração de lixo alcance maiores proporções. “Ainda é um projeto, temos uma equipe estudando como fazer essa ideia chegar a mais pessoas”, afirma Eva.
Sobre o restaurante
A primeira unidade foi aberta em uma área comercial do Rio de Janeiro que não tinha muitas opções de alimentação saudável, diz a empreendedora. “A minha ideia sempre foi criar um restaurante de saladas com um atendimento rápido, como um fast food saudável. Nosso público é formado por pessoas que querem agilidade para almoçar rapidamente”, diz a empreendedora. Mas, para isso, tiveram de quebrar alguns estereótipos em relação às saladas.
“Nosso objetivo era mostrar que a salada é uma refeição completa, tirar essa ideia de que não satisfaz. Nossas saladas são grandes e podem ser mais lights ou mais pesadas”, afirma, acrescentando que mais um restaurante será aberto no Rio de Janeiro em breve. Cada unidade fatura R$ 200 mil por mês.
Fonte: Revista PEGN, Olivia Saladas