Relatório de agência internacional diz que o preço da energia renovável está caindo mais do que o das fontes fósseis
Um novo relatório da Agência Internacional para Energias Renováveis (Irena) aponta que 86% da capacidade das energias renováveis contratadas no ano passado teve custos mais baixos do que a eletricidade produzida a partir dos combustíveis fósseis.
Segundo o documento, o custo das energias renováveis continuou em queda em 2022, apesar da inflação e do aumento dos preços dos materiais e equipamentos.
Somente no caso dos custos da energia eólica offshore e da energia hidrelétrica houve aumentos de 2% e 18% respectivamente.
Isso aconteceu, em parte, pela menor participação chinesa na implementação de eólicas offshore e “aos excessos de custos em um conjunto de grandes projetos hidrelétricos”, diz a Irena.
A Irena destaca que os custos de geração de energia a partir de fontes solares e eólicas têm diminuído nos últimos 13 a 15 anos, e que as tecnologias se mostram competitivas mesmo sem apoio financeiro.
O custo médio ponderado global da eletricidade proveniente da energia solar fotovoltaica caiu 89%, para 0,049 dólares/kWh no período, valor quase um terço menor do que o combustível fóssil mais barato mundialmente.
Para a energia eólica onshore, a queda foi de 69%, para 0,033 dólares/kWh, um pouco menos da metade da opção mais barata alimentada por combustíveis fósseis em 2022.
Com essa queda geral de custos, o aumento da capacidade instalada de energias renováveis reduziu os gastos globais com combustível em pelo menos US$ 520 bilhões em 2022.
No caso dos países que não pertencem à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que, em geral, são os países em desenvolvimento, é estimada uma economia de US$ 580 bilhões durante o ciclo de vida das fontes de energias renováveis adicionadas em 2022.
O diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, afirma que 2022 foi “um verdadeiro ponto de virada na implantação de energias renováveis, uma vez que a sua competitividade em termos de custos nunca foi tão grande, apesar da persistente inflação dos custos de mercadorias e equipamentos em todo o mundo.”
Apesar disso, ele aponta que muito ainda precisa ser feito em termos de transição energética para atingir os objetivos climáticos globais.
“O mundo deve adicionar 1000 GW de energia renovável anualmente até 2030 para manter o aumento da temperatura de 1,5 °C ao alcance, mais de três vezes os níveis de 2022. Não há tempo para que um novo sistema energético evolua gradualmente como foi o caso dos combustíveis fósseis”, diz.
Em termos globais, o custo médio ponderado da eletricidade caiu entre 2% e 3% em 2022 no caso da energia solar fotovoltaica, 5% para eólicas, 13% para bioenergia e 22% para energia geotérmica.
A expansão das células solares fotovoltaicas e da energia eólica onshore na China foram os principais motivos para a queda nos custos, segundo a Irena.
Fonte: Um Só Planeta
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