Greta reuniu um grupo de mais de cem cientistas, ativistas, pensadores e autores. Entre eles, os brasileiros Sônia Guajajara e Carlos Nobre
Chega ao Brasil em julho, com nove meses de atraso em relação ao lançamento original, o livro The Climate Book, de Greta Thunberg, que no Brasil receberá o título de O Livro do Clima.
Chamado pelo The Guardian de “um chamado raivoso para a ação”, o lançamento consolida o papel da ativista sueca como uma das maiores combatentes da crise climática, responsável por tirar a questão do aquecimento global do terreno das possibilidades distantes e apresentá-la ao grande público como uma realidade ameaçadora, que precisa ser enfrentada imediatamente.
No livro, Greta ocupa o papel de curadora, reunindo um supergrupo de mais de cem cientistas, ativistas, pensadores e autores: cada um contribui com um pequeno ensaio sobre a situação atual do planeta.
Entre os convidados estão os brasileiros Sônia Guajajara (Ministra dos Povos Indígenas) e Carlos Nobre (pesquisador brasileiro especializado na questão amazônica), e personalidades como Margaret Atwood, Naomi Klein, Beth Shapiro, Solomon Hsiang, Nicholas Stern e Michael Mann.
A ativista sueca de 20 anos compilou ainda centenas de dados, rankings e fotografias que demonstram de maneira inequívoca a destruição gradual do planeta.
A proposta é munir o público de todo o conhecimento necessário para combater a emergência climática. “Se as pessoas entenderem amplamente o que está acontecendo, será impossível não agirem”, argumenta Greta no texto.
Bem didático, mas ainda assim surpreendente em sua abrangência, o livro é dividido em cinco capítulos: Como o clima funciona, Como o planeta está mudando, Como isso nos afeta, O que já fizemos até agora, O que precisamos fazer imediatamente.
Na visão de Greta, a crise não pode ser endereçada sem falar sobre “moralidade, justiça, vergonha, responsabilidade e culpa”.
“A crise do clima é a maior ameaça que a humanidade já enfrentou. Será com certeza a questão que irá definir e moldar o nosso dia a dia no futuro. Isso é muito claro. Nos últimos anos, o modo como vemos e falamos sobre a crise mudou. Mas, como desperdiçamos tantas décadas ignorando e subestimando essa emergência crescente, nossas sociedades continuam em um estado de negação”, diz a autora.
Mas complementa: “Ainda não é tarde demais para mudar isso”.
Fonte: Um Só Planeta
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