Conheça mais sobre as características e diferenças entre economia linear e economia circular
Economia Linear
Atualmente, nosso sistema produtivo-econômico funciona de maneira linear, ou seja, há a extração da matéria-prima, a sua transformação no produto e, por fim, o seu descarte após o uso.
Um modelo conhecido como “extrair-produzir-descartar”.
Esse modelo produz alguns riscos para o planeta, por depender de recursos finitos e a constante busca por eles pode resultar no esgotamento de matérias-primas.
Além disso, torna os produtos finais mais caros, tendo em vista que com menos oferta de matéria-prima, mas caro se torna a sua extração da natureza.
Outro fator prejudicial da economia linear é o fato de gerar uma quantidade enorme de resíduos tóxicos para o ser humano e o meio ambiente, seja durante a produção do material ou no seu descarte.
Economia Circular
A ideia de uma economia circular vem para superar os dilemas da produção em grande escala e possibilitar novas formas de estar e se relacionar com o nosso planeta de maneira mais sustentável.
Ela propõe um modo de pensarmos o crescimento econômico sem necessariamente atrelarmos à utilização inesgotável dos recursos naturais.
A origem do conceito está na natureza e nos ciclos de energia.
Os ciclos de energia na natureza são as transformações que a energia sofre ao longo da cadeia de alimentação e durante o próprio ciclo de vida de cada indivíduo.
Por exemplo, o sol que serve de “alimento” para a planta faz com que ela cresça e se desenvolva e possa servir de energia para um animal herbívoro e por aí vai.
Ou seja, na natureza, nenhuma energia ou “matéria-prima” é perdida e sim sempre transformada e, portanto, “reutilizada”; a economia circular se baseia nesse processo para funcionar.
A economia circular propõe uma revolução no modelo de produção econômica, não apenas reutilizando aquilo que seria descartado, mas com um processo produtivo consciente.
Durante o design do produto, levar-se-ia em conta que os resíduos serão insumos para a produção de um novo produto.
Isto é, um sistema estruturado para que, por exemplo, peças de celulares antigos pudessem reprocessados e reintegrados à cadeia de produção como componentes ou materiais para a fabricação de outros eletrônicos.
Desse modo, não haveria mais o conceito de obsolescência programada, dado que todos os produtos seriam feitos pensando na sua reintrodução à cadeia produtiva como uma nova matéria-prima no futuro.
Benefícios
Podemos pensar em alguns benefícios deste modelo de produção mais sustentável. Primeiro, seria a redução considerável da nossa produção de lixo, dado que grande parte dos resíduos seriam reutilizados na produção.
Segundo dados do IBGE, cada brasileiro produz quase um quilo de lixo por dia, ou seja, são 183 mil toneladas diárias no país todo.
Além disso, uma análise realizada pela McKinsey, uma empresa de consultoria empresarial americana, estima que uma mudança para um modelo circular poderia adicionar $1 trilhão para a economia global até 2025 e criar 100.000 novos empregos nos próximos cinco anos.
Uma das razões para estes números são muito por conta de que, na economia circular, as empresas não teriam mais que depender tanto da extração de novas matérias-primas e sim da reutilização de produtos.
Na prática
Como mencionado, no Brasil a prática da economia circular ainda é muito pouco disseminada.
Porém, segundo dados da pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) feita em 2019, 76,4% das indústrias brasileiras adotam alguma iniciativa enquadrada no conceito, apesar de que 70% não saberem o que é economia circular.
No Reino Unido, por outro lado, segundo dados de uma pesquisa feita em 2010, pelo Waste & Resources Action Programme (WRAP – Programa de Ação de Resíduos e Recursos), estima-se que 19% da economia é feita circularmente.
De acordo com projeções do mesmo programa, em 2020 já seriam 27% da economia britânica realizada nos conceitos da economia circular, com otimização de processos industriais, recuperação de recursos e extensão da vida útil do produto.
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